Pelo menos dois policiais militares foram presos até agora por envolvimento na Operação Successione, desencadeada pelo Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) nesta terça-feira (5) em Campo Grande e em Ponta Porã. A ação policial visa impedir a escalada violenta de uma disputa entre integrantes de duas organizações de bicheiros (chefões do Jogo do Bicho) que disputam o monopólio da contravenção na capital de Mato Grosso do Sul. Ao todo são sete presos, sendo que dois deles são policiais.
Um dos militares presos até agora é o major reformado da Polícia Militar Gilberto Luiz dos Santos, que é assessor parlamentar do deputado estadual Neno Razuk (PL). Neno Razuk também é um dos alvos da operação: foi um dos alvos dos 13 mandados de busca e apreensão.
Gilberto está preso temporariamente, assim como outras seis pessoas. Informação recebida pelo Correio do Estado dava conta que ainda restava três dos 10 mandados de prisão temporária para serem cumpridos pelo Gaeco nesta terça-feira (5).
A operação contra a disputa pelo jogo do bicho em Campo Grande ocorre com o apoio de policiais da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros (Garras).
Desde que o grupo que controlava o jogo do bicho em Campo Grande saiu de cena em meados de 2021, depois do desencadeamento da Operação Omertá, do Garras, em 2019, a disputa pelo controle da contravenção na Capital ficou aberta.
Conforme informações apuradas pelo Correio do Estado, o grupo anterior teria “arrendado” a operação na cidade a um grupo do Estado de São Paulo. A operação foi acelerada depois da morte de seu patriarca.
O território livre em Campo Grande também inspirou bicheiros do interior do Estado a disputar espaço na contravenção da Capital.
Nos últimos dois anos, roubos a bancas de jogo do bicho como forma de intimidação das quadrilhas rivais deixaram de ser algo ocasional para tornar-se algo frequente.
O estopim que levou ao desencadeamento da operação foi o uso de armas de fogo, inclusive com a deflagração de vários disparos, em um destes roubos a apontadores.
Conforme nota divulgada pelo Gaeco: “as investigações constataram, ainda, que a organização criminosa tem grave penetração nos órgãos de segurança pública e conta com policiais para o desempenho de suas atividades, revelando-se, portanto, dotada de especial periculosidade”.